Teresina 160 anos - A cidade que temos, a cidade que queremos

Teresina 160 anos - a cidade que temos, a cidade que queremos
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Por Jossandra Barbosa – Lic. Plena em História UFPI-Pi

Teresina foi planejada e construída por meados do século XIX com a única função de alavancar do desolamento comercial a longínqua província do PHIAUÍ. Caxias, cidade maranhense em um importante setor comercial do meio norte bem diferente da capital do Piauí, então Oeiras. No auge das exportações da cera da carnaúba e da maniçoba o Piauí precisava desenvolver seu comércio interno, daí vem os interesses que levaram o então Presidente da Província do Phiauí Conselheiro Saraiva, a lutar pela mudança da capital. Com muitas dificuldades, acertos e erros Teresina cresceu com um ritmo inferior a todas as outras capitais. Na década de 40 dos 67.641 habitantes da cidade, 60% viviam em zonas rurais aos redores da capital. Na foto o marco zero da cidade na Praça da Bandeira.


Em 1862 O presidente da província e morador de Teresina José Fernando Monteiro autorizou o financiamento de investimentos na iluminação pública da cidade, foram comprados 7 combustores a querosene para serem colocados na praça da Constituição (atual Rio Ranco).1880, Manuel Idelfonso Martins , então, presidente da província, investiu na iluminação das ruas ao redor da Igreja N. S. do Amparo, então foram comprados 80 lampiões e instalados nas ruas e logradouros. O acendedor de lampiões é uma importante figura deste período. Só em 1915 chegou energia elétrica na cidade. Que funcionava somente das 19 as 21h00min horas quando eram desligadas e as ruas tornavam-se imensos breus.
Em Em 1920 chegou em Teresina o primeiro transporte público.O bonde. Grande alarde na cidade aconteceu naquele ano. Os transportes fascinavam a humanidade.Teresina era uma cidade com costumes rurais. A chegada do bonde re
presentava progresso. Para andar no bonde os habitantes pagavam caro, duzentos contos de réis. Tinham regras para os passageiros. As mulheres deviam estar com trajes de passeios e chapéus e os homens de ternos. Não podiam transportar animais, frutas ou verduras. Os homens eram proibido fumar charutos. O bonde saia da praça da Bandeira e fazia passeios aos domingos com seus moradores elegantes pelas poucas ruas da cidade. Dois anos depois foi feito um segundo vagão para a classe popular, custava 100 contos de reais e não tinha regras para andar neles. Isto não agradou a elite teresinense que se recusou a andar no Bonde mesmo em vagão separado. A experiencia do transporte público em Teresina não demorou muito a ruir. O governo da cidade não dava incentivos, não havia inciativas privadas e o negocio ruiu aproximadamente cinco anos depois de chegar a cidade.na foto o primeiro e único Bonde de Teresina na parada da praça da Bandeira(com o marco zero ao fundo)

A primeira escola destinada à formação de professoras primárias de Teresina foi fundada em 1910 a Escola normal, a primeira escola secundarista para os homens foi fundada em 1934, o Liceu Piauiense, que durante muitos anos foi a principal escola das elites piauiense. O ensino superior só foi introduzido em Teresina no ano de 1931 com o primeiro curso de direito do Estado

Fachada do prédio onde é atual prefeitura de Teresina, 1ª escola Norma para mulheres
 Em 1937 com as mudanças politicas ocorridas no Brasil com a implantação da ditadura de Vargas, inciando assim o Estado Novo, o ideário progressistas chegaram também ao Piauí.Houve então a construção de um discurso modern
ista de mudanças em Teresina. A cidade pacata precisa evoluir.As ruas foram alargadas, as praças e ruas mudaram de nomes, na tentativa de esquecer o passado oligárquico e ruralista. Novas avenidas, prédios e hospitais foram providenciados.Na foto a avenida Frei Serafim, importante avenida da cidade criada nos anos 30-40.


O ideário progressista que invadiu Teresina nos anos 30 e 40 trazia não era condizente com a realidade da cidade. A historiadora e professora Maria Mafalda retrata em suas pesquisas uma Teresina, invadida por imigrantes das secas de 1889 e posteriores uma cidade cheia de mendigos, crianças maltrapilhas, gente sem emprego, doenças, ruas sujas e amarrotadas de gente sem perspectivas. O historiador e professor Francisco Alcides concluiu em suas pesquisas que os incêndios que levaram centenas de moradores da periferia da cidade a morte e desespero foi uma atitude do governo estadual e municipal de afastar esses moradores do centro da cidade para áreas mais distantes. A intervenção da policia na conclusão do inquérito é algo que deixou muitas dúvidas durantes as pesquisas dos pesquisadores, não há condenações, nem mesmo inquéritos sobre os incêndios e assim as favelas organizados no centro de Teresina, como o Barrocão ( atual Av. José dos Santos Silva) e Estrada do Poti ( atual Av. Eugenio Cunha), Matinha, Vermelha, Estrada da Catarina( atual Av. Celso Pinheiro) foram atingidas por imensos e intensos incêndios. Forçando seus moradores a migrarem para outras regiões das cidades.


““O historiador Jacques Le Goff disse:” Mais do que uma ruptura com o passado o ‘novo’ significa um esquecimento, uma ausência do passado”. Já Marx nos diz que o novo é consciência do homem e sua auto-interpretação sobre o passado. Durante as décadas de 40 e 50 Teresina viveu um surto de modernidade. Ruas, praças e edifícios mudaram de nomes. A tentativa de sucumbir o passado foi intensa entre as elites da cidade. Investimentos foram destinados na tentativa de mudar a cidade. As principais praças receberam reformas, a praça da bandeira foi transformada num parque ambiental, as ruas foram alargadas , para que os carros pudessem passar, o espaço urbano foi modificando, as ruas de barro vermelho foram substituídas por calçamentos, códigos de posturas foram publicados para proibir a a criação de animais e seus transito pela cidade, leis de higiene também vieram contribuir para a diminuição das grandes epidemias, as principais ruas receberam arborização com grandes Otizeiros, um grande hospital começou a ser construído e inaugurando ainda na década de 40, o H. Getúlio Vargas, uma maternidade a São Vicente de Paula, O Hotel Piauí, O prédio dos Correios e Telégrafos, foram também construídos nestas décadas os prédios do arquivo publico, o Quartel da Policia (frente a Praça Pedro II).
A praça Pedro II, já foi chamada de muitos nomes dentre ela Aquidabã. Por estar em frente ao Teatro e ao primeiro cinema de Teresina, ela se tornou na década de 50 o principal reduto de passeio dos moradores da cidade. A 
praça era divida em dois espaços. O superior e o Inferior. O curioso era que essa divisão separava as classes sociais da cidade, as moças e rapazes não se misturavam. Assim como pobres e ricos se delimitavam nos espaços da praça. Nas décadas de 50 e 60 a praça recebeu o bar Carnaúba, importante ponto de encontro dos artistas, poetas, escritores, e políticos da época. Na foto o bar carnaúba na praça Pedro II.



Teresina só apresentou verdadeiros progressos em sua área urbana a partir da década de 70 e 80 com o milagre brasileiro. Os bairros cresceram na década de 90 o setor comercial se estabeleceu como maior força na cidade. O setor da saúde privada virou destaque entre as demais regiões nordestinas. Pontes, prédios, praças, casas populares e hospitais se espalharam por toda a cidade.
No ano em que completamos 160 anos de nossa cidade, paramos para refletir sobre a cidade que temos no ano 2012. Atualmente Teresina é a 19ª maior cidade brasileira, possui 1.150.000 habitantes. A cidade se destaca por possuir um importante centro comercial e um riquíssimo polo de prestação de serviços na área da saúde.

Entretanto a cidade não possui infraestrutura para adequar todos os seus habitantes. A cidade possuiu a maior área de invasões habitacionais do Brasil, a vila Irmã Dulce, os rios que antes abasteciam a cidade com a navegação hoje amargam as queimadas de suas margens e a prenuncio da morte de seus leitos. 

A cidade possui um metrô que só comporta 800 pessoas, mas passa parte do ano em reformas, as linhas de ônibus são escassas e os trabalhadores vão a ônibus lotados para seus trabalhos. Os hospitais da capital não são suficientes para a população pobre, que superlotam o único hospital de urgência e emergência da cidade. A violência cresceu assustadoramente na cidade, conhecida por ser uma cidade pacata e com ares rurais, Teresina é umas das capitais mais violentas do Brasil. Assaltos, crimes, sequestros, mortes, roubos, são noticiários constantes nos programas locais.
As drogas são outro grande problema da cidade, várias pessoas perambulam pela cidade drogadas, como verdadeiros zumbis, proliferando a prostituição e os assaltos, dormindo em bancos das praças ou no chão. alguns morando na beira do Rio Paraniba.


O saneamento básico das áreas mais pobres é um caso de calamidade pública. Bairro sem calçamentos, esgotos a céu aberto, lixões e grotões pelas vilas e favelas. O trânsito de Teresina em certas avenidas da cidade é intransitável em algumas horas do dia. As pontes são insuficientes, os viadutos e túneis não existem, carros, motos, ciclistas e  pedestre disputam numa luta cruel os espaços ao mesmo tempo.

 A pesar de possuir a melhor escola privada nos índices do ENEM, as escolas públicas não tem infraestrutura adequada. Os professores precisam recorrer a meses de greve para conquistarem melhores condições de trabalho, os laboratórios de informática não funcionam, a merenda escolar não tem qualidade. As bibliotecas estão fechadas, em fim, nos perguntamos: 

Esta é a cidade que temos, mas será que é a cidade que queremos. O que eu e você como habitante desta cidade podemos fazer para que ela se torne um lugar melhor para seus habitantes.




Mais fotos para você colecionar.


Cuzamento da Av. Maranhão com a Av. José dos Santos e Silva - foto década de 80


visão do rio Parnaiba


visão do Alto da cidade

Estação Ferroviária




Imóveis com arquitetura preservada.


Escola das Irmãs(Sagrado Coração de Jesus) escola tradicional católica que fundada por volta de 1905 existente até os dias atuais com a mesma arquitetura.

Rua Alvaro Mendes - importante centro comercial

Fachada da casa da família do Visconde da Parnaíba, preservada até os dias de hoje em frente a praça Saraiva, hoje é acasa da cultura.


Fachada do Teatro 4 de Setembro e Cine Rex

Ponte sobre o Rio Poti


Uma das primeiras fotos da cidade. vemos a igreja N.S. do Amparo, ao lado o mercado velho(existente até hoje)  e a casa da intendência muncipal, hoje o museu da cidade.

Fachada da antiga Câmera dos Vereadores



MINUTO DE HISTÓRIA:Uma curiosidade sobre a ponte que liga Teresina a cidade de Timon a João Luis Ferreira , conhecida como ponte velha, foto abaixo, é que os moradores mais antigos da cidade de Timon contam que nas décadas de 70 e 80 a pass
agem para pedestre na ponte era feito sobre um dormentes de madeiras, com uma distância de quase meio metro de um para o outro. Os moradores pobre da cidade de Timon tinham que atravessar a ponte todos os dias para Teresina. D. Maria Vieira, moradora da cidade de Timon desde 1973 diz que muitos morreram atravessando a ponte. Era comum as pessoas caírem nos rio.Crianças e adultos, tinham que passar com muito cuidado, os corrimões eram inseguro, somente na década de 90 houve uma reforma para melhorar a passagem dos pedestre.



Artesanato da cidade





Fachada da Igreja São Benedito.
Curiosidade:



Ponte Estaiada- a mais nova ponte da cidade
Visões sobre a cidade:




















Teresina nos anos 50-60

Princesa Teresa Cristina= Teresina